Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.
Que a chuva da paz, a esperança e felicidade estejam sempre ao teu redor.
FELIZ ANO NOVO!
Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora do rio o escorpião o picou. Devido à dor, o monje deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
— Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão!O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu: — Ele agiu conforme sua natureza e eu de acordo com a minha.
Perto
de Tóquio vivia um grande samurai idoso que agora se dedicava a ensinar o zen
aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de
derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua
total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica
da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e,
dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos,
contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro
jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai,
estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se
manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a
praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas
pedras em sua direcção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos
conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo
para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde,
sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato do mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós? - Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? - A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos. - O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir... |